Wednesday 30 May 2007

Eu estive lá!

Não sem uma ponta de orgulho e emoção, eis-me sentado nas mais célebres escadarias do cinema, essas mesmas do «Couraçado Potemkin», em Odessa, Ucrânia.

Tuesday 15 May 2007

Cannes - 60 festivais

A edição deste ano começa amanhã. É a nº 60, o que é diferente de festejar 60 anos. O primeiro festival foi em 1939, como uma reacção "democrática" ao festival de Mussolini em Veneza. A guerra veio interromper, retomou em 1946, não se realizou em 1948 nem em 1950. É por isso que as comemorações dos «60 festivais» surgem 68 anos após a primeira edição. O primeiro filme a levar a «palma» (na altura não se chamava assim) foi Union Pacific de Cecil B. DeMille (na foto - Joel McCrea e Barbara Stanwyck).
Ao longo da história do festival, muitos filmes não mereceram as «palmas» que obtiveram, mas muitos outros fizeram a glória do que é hoje o principal festival de cinema do mundo.
Palmas de ouro ao calhas para Othello de Orson Welles (1952), La dolce vita de Federico Fellini (1960), Viridiana de Luis Buñuel (1961), Il gattopardo de Luchino Visconti (1963), Blowup de Michelangelo Antonioni (1967), Taxi Driver de Martin Scorsese (1976), Apocalypse Now de Francis Ford Coppola (1979), Kagemusha de Akira Kurosawa (1980), Paris, Texas de Wim Wenders (1984), O Sabor da Cereja de Abbas Kiarostami (1997), Elephant de Gus Van Sant (2003) ou L'enfant dos irmãos Dardenne (2005).

Wednesday 2 May 2007

Golden flower

Ela foi a primeira. Foi em 1987. Tinha 21 anos. Uma nova vaga de cineastas procurava dar alento a um cinema chinês adormecido. Ainda frequentava a Central Drama Academy de Pequim, quando obteve o papel principal no filme de estreia de Zhang Yimou, «Milho Vermelho». Vinte anos depois, Gong Li é uma glória nacional, o rosto do cinema chinês mais conhecido no mundo, uma das maiores actrizes actualmente em actividade (e meço bem as minhas palavras) e a mais bela de todas.
Trabalhou com os melhores cineastas chineses (Chen Kaige, Wong Kar Wai) e ultimamente parece apostada numa carreira internacional, mas é quase sempre maior do que os filmes em que participa («Memórias de uma Geisha», «Miami Vice»). Não trabalhava com Zhang Yimou, de quem foi musa e companheira, desde 1995 («Shanghai Triad»). No mais recente filme de ambos, «Curse of the Golden Flower», volta a ser imperial.
Não resisto a incluir uma nota pessoal: em 2002, estive em Veneza durante o festival de cinema, tendo assistido a várias sessões oficiais. Gong Li era a presidente do júri, e estava presente em todas as sessões. Todas as noites, desde que entrava na sala e até as luzes se apagarem, era impossível tirar os olhos dela. Não era só bela, era uma presença irradiante, levemente altiva, um olhar inteligente, os sorrisos que lançava à volta, mas que eu tinha a certeza que eram para mim...